Saber - O Tesouro das Nacoes

Saturday, February 24, 2007


JOSEPH-JEROME LALANDE 1732-1807 Este foi oOutro francês fascinado pelas estrelas! Formou-se em direito, mas não advogou um dia sequer, e tendo uma boa situação financeira pôde se dedicar àquilo que mais amava, observar o espetáculo que é oferecido à humanidade todos os dias, o movimento incessante e belo do Universo.
Por sua própria conta foi para Berlim observar a paralaxe da Lua e seu investimento nesta ciência logo lhe rendia dividendos financeiros e reconhecimento científico. Foi contratado pelo Colégio da França como professor de Astronomia e pelo governo francês para dirigir o Ob. de Paris, ao mesmo tempo em que preparava um catálogo com 47 mil estrelas, que publicou em 1801.
Ele chamou a atenção para a estrela de n.º 21.185 que tinha uma pequena “estrela” em sua órbita (descobriu-se 150 anos depois ser um planeta, foi o primeiro descoberto fora do Sistema Solar, antes do lançamento do satélite Hubble que passou a nos mandar imagens de fora da atmosfera terrestre). Participou como colaborador de Diderot na Enciclopédia Francesa escrevendo sobre todas as questões que envolviam a Astronomia.

Durante a ‘coqueluche’ de ascensão em balão que tomou a França ele também se tornou um aficionado e tanto fez várias ascensões como publicou sugestões de aperfeiçoamento dos balões e dos pára-quedas.

www.obspm.fr/histoire/acteurs/lalande.fr.shtml


ERASMUS DARWIN 1731-1802 Se você veio procurar o famoso evolucionista Darwin, ‘bateu na porta errada’ eu sou um simples médico (minha clientela diz que sou um bom profissional) formado pela Univ. de Edimburgo, sou apenas o avô do famoso Charles que você, leitor, deve estar procurando. Agora, que está aqui, se quiser saber um pouco sobre minha vida, talvez o ajude a entender melhor o evolucionista, meu neto. Com certeza meu livro Zoonomia (1796) influenciou Charles e muitos outros biólogos, pois avançando as proposições do francês Buffon na sua obra de quarenta e tantos volumes, História Natural, na qual notou órgãos inúteis nos animais de nosso tempo, expus minha teoria de que os seres sofreram profundas e drásticas modificações em seus corpos por causa do meio ambiente em que viviam e que continuam se modificando, muitas vezes, catastroficamente. Por estas minhas idéias tenho sido ridicularizado nos jornais por críticos e pretensos cientistas bem pagos pelo governo.
A Revolução Francesa, em que pese alguns erros, uma convulsão política que se fazia necessária há muito tempo, tem mexido com os poderosos do meu país, e o governo inglês vem perseguindo sistematicamente as pessoas que têm idéias novas, mesmo que elas estejam tão longe da política como dista da Terra o novo planeta descoberto, Urano. Dizem que sou muito radical e independente, eles não querem dizer é que não sou ‘uma vaca de presépio balançando a cabeça’ a tudo o que os “donos” da Soc. Real dizem. Foi por essas e outras que fundei a Soc. Lunar de estudos científicos. Qualquer dia desses vou fazer um dos meus longos poemas denunciando toda esta patifaria, dita científica. Aguarde-me! Enquanto isto leia estes versos do livro Templo da Natureza (1802) que já preconizavam a Evolução muito antes de Charles Darwin ter tido coragem de mostrar as evidências dela:
“A vida orgânica se formou abaixo das ondas
Nasceu e procriou em cavernas do oceano;
Movia-se na lama, ou atravessava a massa aquosa;
Estes, como a flor sucessiva das gerações,
Adquiriram novos poderes e membros maiores;
Tornaram-se incontáveis os grupos de vegetação,
E os reinos de seres que respiravam pela guelra e que possuíam asas”.
www.ucmp.berkeley.edu/history/Edarwin.html


KARL G LANGHANS 1731-1808 No início do séc. XVIII, com a Alemanha dividida em centenas de pequenos reinos, a construção de magníficos palácios requisitou o serviço de muitos pintores, mas não havia entre os alemães bons artistas – aqueles que o eram migravam para Roma formando uma numerosa colônia artística na cidade eterna – e os senhores tinham que convidar pintores italianos para fazer a decoração de suas esplendidas casas. Foi assim até que com o advento do reinado de Frederico II, em 1742, começaram a surgir bons artistas.
Desde bem pequeno, Langhans, mostrou pendor para pintura e escultura estudando o estilo dos artistas do período Barroco e do Classicismo tendo sido influenciado pelos escritos teóricos de Johann Winckelmann (1717-1768) que havia trabalhado em Roma e, de volta à pátria, escreveu livros onde elaborava a doutrina da nova arte que se fundava em abstrações e cujas convenções técnicas negavam ao artista usar particularidades quer individuais quer nacionais para que se alcançasse uma linguagem universal.
Para os alemães desta época, herdeiros de muitas conquistas políticas e científicas, o belo residia, sobretudo, nas formas gregas simples e robustas do dórico. Foi com estes parâmetros em mente que Langhans esboçou e dirigiu a construção da Porta de Brandenburgo (1788-1791), obra de composição grandiosa e ao mesmo tempo simples, com fortes sentimentos de harmonia e inspirada nos propileus de Atenas, os pórticos monumentais dos templos gregos. Mais tarde, em 1788, ele foi designado diretor dos serviços arquitetônicos de Berlim, dois anos após a morte de Frederico II.
homepage.mac.com/acam.bilbao/alemania1/Arquitectos.htm#langhans

Thursday, January 25, 2007


HENRY CAVENDISH 1731-1810 Nascido na França, enquanto sua mãe fazia tratamento de saúde (ela morreu quando ele tinha 2 anos), sua família inglesa, de muitas posses, pagou seus estudos em Cambridge, mas ele não chegou a se formar, tinha dificuldade em enfrentar pessoas e fugia do contato com os colegas da universidade. Existe o estereótipo do cientista, um camarada distraído e ensimesmado, e Cavendish era exatamente assim: esquivo, falava gaguejando, nunca se dirigia a uma mulher e se comunicava com os criados por bilhetes. Herdeiro de uma grande fortuna construiu sua biblioteca e laboratório a 6 km de casa para ficar completamente isolado.
Foi um grande cientista, mas um homem muito egoísta a ponto de não se incomodar em publicar suas descobertas para que a comunidade científica pudesse fazer uso delas. Seus estudos da eletricidade levaram-no a entender princípios físicos que só seriam igualados 50 anos depois já que ele não os divulgou. Cavendish foi uma pessoa privilegiada que nasceu antes do tempo exato para o homem entender determinados assuntos e, talvez por isto, sua mente foi propositadamente preparada para que ele não divulgasse o que descobria.
Na Química, fazendo reagir ácidos sobre metais, conseguiu recolher um gás (mais tarde Lavoisier lhe denominou Hidrogênio H) que já havia sido descoberto pelo inglês Boyle um século antes. Tão importante era este gás, mas ninguém ainda tinha estudado suas propriedades: ser inflamável e que ao se inflamar produzia água (ele compreendeu que a água era um composto formado deste gás e de um outro que era denominado flogístico). Foi o primeiro a calcular o peso de volumes específicos desse gás e determinar sua densidade – encontrou para o leve H a relação de 1/14 para o ar.
Como cada vez mais estudiosos se dedicavam a estudar a eletricidade ele também se dedicou a pesquisá-la e não tendo capacidade para inventar um instrumento do qual sentia necessidade, nem coragem de explicar a um mecânico o que queria, lidando com a corrente elétrica tomou choques em quantidade. Mas fez interessantes observações: que uma corrente elétrica em contato com o ar produzia um óxido, que ao ser misturado à água produzia o ácido nítrico (deduziu que havia Nitrogênio N, no ar) e uma bolha de gás que permanecia sem elasticidade e resistente à reação (era o Argônio Ar) que só foi redescoberto um século depois.
Tão dispersivo, sem uma orientação que o ajudasse a se fixar num estudo até o termo, voltou-se para a Física procurando encontrar uma incógnita levantada por Newton, o G, a constante gravitacional. O grande mestre criou uma fórmula para se descobrir o valor da massa de um corpo que incluía esta constante, supondo ser igual para a atração entre todos os corpos, mas só perceptível entre objetos muito volumosos. Pensando no problema dia e noite ele imaginou um instrumento simples que ele mesmo podia fazer: uma haste suspensa por um fio fixado ao seu centro com uma bola de chumbo presa em cada extremidade da haste. O conjunto girava retorcendo-se sozinho, mas quando Cavendish lhe aplicava uma ligeira força o balanço das bolas aumentava, ele calculou quanta força era preciso aplicar para produzir determinado balanço. Daí colocou uma bola grande ao lado de cada bola menor e verificou como a leve atração da bola pequena pela grande criava um aumento no balanço. Ele o mediu e assim descobriu qual era o valor da força gravitacional geral no Universo. Com este valor aplicado a fórmula de Newton ele pode calcular a massa de nosso planeta, 6 sextilhões e 600 quintilhões de toneladas e uma densidade 5 vezes e meia maior que a da água. Esta descoberta ele comunicou à Soc. Real cheio de apreensão e ganhou reconhecimento instantâneo da comunidade científica, mas se enclausurou mais ainda depois disto.
www.chemistry.mtu.edu/~pcharles/SCIHISTORY/HenryCavendish.html


ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA, ALEIJADINHO 1730-1814 Escultor e arquiteto brasileiro da fase barroca aprendeu com o pai e o tio as técnicas de entalhar madeira e esculpir na pedra além dos conceitos de Matemática, engenharia e o equilíbrio de formas da Arquitetura. Trabalhou por muitos anos na região aurífera de Minas Gerais, estando suas obras mais reconhecidas em Ouro Preto e Congonhas. Aos 40 anos contraiu uma doença degenerativa dos membros, talvez a tromboangeíte obliterante – uma ulceração gangrenosa dos pés e das mãos – sendo obrigado a andar de joelhos e amarrar o cinzel e o martelo nos pulsos, pois já não tinha dedos para segurá-los.
Aí, não pode mais esculpir! É o que poderia ter acontecido já que esta doença é um distúrbio que provoca constrição ou obstrução completa dos vasos sangüíneos das mãos e pés em conseqüência de coágulos e inflamação no interior dos vasos sangüíneos causando dores agudas e lesão ou destruição dos tecidos, o que os torna mais propensos às infecções e gangrena. Mas ledo engano! Então, sofrendo, é que Antônio se superou e realizou suas obras mais expressivas. Dele falou Manuel Bandeira: “O diminutivo Aleijadinho é significativo da meiguice brasileira. Este homem teve uma dignidade que não atingiu entre nós nenhum outro artista plástico”.
Aleijadinho fez o risco geral da igreja de S. Francisco de Assis, em Ouro Preto, o risco e a própria escultura do portal, as esculturas dos púlpitos e o risco da capela e dos altares laterais. Em Congonhas esculpiu os 12 profetas em pedra sabão (demorou 5 anos neste trabalho) em que seu talento aparece em toda a pujança e na cristalização de diversos gestos e posições dos personagens. Nada tinha de fraco nem pequeno. Era, em sua deformidade, formidável. Toda a sua obra de arquiteto e escultor é de uma saúde e de uma robustez que dão real harmonia plástica ao conjunto de 66 imagens em tamanho natural representando os passos da crucificação. Além dessas, ele fez muitas e diversificadas obras de arte em Mariana, S. João del’Rei, Tiradentes e outras cidades.
www.aleijadinho.com/


JAN INGENHOUSZ 1730-1817 Nascido na Holanda, estudou Medicina, formando-se na prestigiosa Univ. de Leiden e viajou à Inglaterra para se especializar em vacinação antivariólica (recentemente descoberta). Depois, foi para Áustria contratado como médico da corte da imperatriz Maria Teresa. Dedicava muito tempo ao estudo do tecido humano, mas gradativamente voltou-se para as plantas fazendo experiências com a capacidade delas de absorverem dióxido de carbono e liberarem Oxigênio que havia sido descoberta por Joseph Priestley. Porém, Jan foi o primeiro a comprovar que as plantas só conseguem realizar a fotossíntese em presença da luz, no escuro respiram como os animais. Sua descoberta chamou atenção da humanidade para a interdependência entre os animais e os humanos que precisam do oxigênio e as plantas que o produzem. Foi o primeiro a nos fazer perceber o equilíbrio ecológico.
Correspondia-se com os grandes cientistas e chegou mesmo a cogitar se mudar para a atrasada Filadélfia por insistência de Benjamin Franklin.
web.lemoyne.edu/~GIUNTA/Ingenhousz.html


CHARLES MESSIER 1730-1817 Ele estudou Matemática e dedicou-se à Astronomia sendo o primeiro francês a observar cientificamente a passagem do cometa de Halley e, fascinado por estes astros errantes, passou a procurá-los com determinação. Contratado pelo rei Luiz XV era chamado por este de “pequeno caçador de cometas”. Mas, em sua observação celeste, deparou-se seguidamente com vagas nebulosidades fixas que resolveu colocar em seu mapa celeste designado-as como Messier 1, Messier 2, ou simplesmente, M 1, M 2, e assim por diante chegando a localizar mais de mil delas. Isto se tornou referência para outros astrônomos que, antes de publicarem uma nova descoberta, consultavam o mapa de nebulosas de Messier. Os fracos telescópios daquele tempo não deixavam ver que aqueles objetos eram agrupamentos de estrelas. A primeira menção deles feita, em 1714, por Halley (era a M 3, um conjunto de mais de um milhão de estrelas denominado mais tarde como Grande Agrupamento de Hércules).
O alemão Herschel e sua irmã, na Inglaterra, foram os primeiros a estudar com melhores telescópios as estrelas das nebulosas fazendo outras grandes descobertas. E Shapley, 25 anos após a morte de Messier, usou as nebulosas para dimensionar a via-láctea. Algumas dessas nebulosas foram mais tarde classificadas como galáxias por serem maiores do que a via-láctea, como a M 31, hoje conhecida como Andrômeda.
Não temos idéia, agora, de como foram impactantes para os seres humanos as descobertas de Messier, ao demonstrar que o céu, tão familiar às pessoas (a maioria achava ser um simples teto para a Terra) na realidade era imenso, era o Universo.
www.seds.org/messier/xtra/history/CMessier.html

Saturday, January 13, 2007



OTTO FRIEDRICH MÜLLER 1730-1784 A família dele era muito pobre, seu pai era músico na Dinamarca, e ele estudou as suas próprias custas formando-se em Teologia, mas se dedicou a Biologia num momento em que o microscópio estreava como um poderoso ajudante na pesquisa da vida, e ele dedicou-se a aprender mais sobre a minúscula bactéria encontrada por Leeuwenhoek. O instrumento, muito primitivo, ainda assim lhe permitiu classificar os microrganismos, no livro Vermes Terrestres e Aquáticos (1771), como bacilos, em forma de bastões, e espirilos, com formato espiralado; além de lhes conferir gênero e espécie, de acordo com a técnica de Lineu.


CLÁUDIO MANOEL DA COSTA 1729-1789 Nascido em Minas Gerais, num vilarejo perto da cidade de Mariana, foi um poeta de transição entre o Barroco, que dominava o mundo, e o Arcadismo que ele conheceu quando estudou em Portugal – ele cursou Direito canônico em Lisboa. Nos versos do livro Obras (1768) ele usa de grande delicadeza para falar do desespero do homem e como ele se resigna diante do que não consegue mudar. Em seu trabalho os dois estilos se contrabalançaram: o Barroco impedindo que ele descambasse para o artificialismo e o Arcadismo, simplificando sua narração. Foi designado juiz na sesmaria de Vila Rica onde continuou compondo sob o pseudônimo árcade de Glauceste Satúrnio.
Foi um dos maiores sonetistas brasileiro e no épico Vila Rica (1839), publicado após sua morte, ele critica o artista que queria descrever as amplidões do sertão brasileiro com a verve contida do Arcadismo. Sua poesia é intensa como era seu caráter, o que faz os historiadores suporem que era o mentor intelectual das reuniões escondidas que os inconfidentes mineiros realizavam sob a presidência de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Cláudio já era um homem velho que seguramente não poderia acabar com o governo português no Brasil, mas as autoridades não pensaram assim e, aos 60 anos, foi levado preso para o Rio de Janeiro e induzido pelos seus carcereiros a suicidar-se. Uma alma aflita a de nosso poeta Cláudio.
Leia os versos de Temei, Penhas:
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;

Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
www.cidadeshistoricas.art.br/hac/bio_clau_p.htm



LAZARO SPALLANZANI 1729-1799 Nascido em Modena, na Itália, filho de um bem sucedido advogado precisou de muita determinação para fugir do estudo de Direito que era da vontade de seu pai e estudou Física e Teologia, ordenou-se padre e lecionava para poder pagar suas pesquisas em Biologia, trabalho que o levou a percorrer as regiões à beira do Mediterrâneo indo até a Turquia. Passou um perigo mortal quando ao subir as encostas do Vesúvio coletando espécimes de vegetação e vida animal o vulcão entrou em erupção.
Contratado pela rainha Maria Teresa, da Áustria, para dirigir o museu imperial de História Natural formou um acervo enorme com seu trabalho de campo. Então, voltou seu interesse para a questão da geração espontânea, antigo pensamento de que a vida que se originava de vegetais em decomposição, da lama dos brejos ou da carniça de um animal. Nesta época já se sabia que os insetos nasciam de ovos colocados por outros insetos, mas ainda se acreditava que os microorganismos descobertos recentemente por Leeuwenhoek podiam vir de matéria inorgânica. Assim, repetindo a experiência de Needham com mais acuidade ferveu por 45 min uma solução contaminada, colocou-a num recipiente, lacrou-o por vários dias e nada cresceu na mistura. Concluiu que a experiência de seu colega tinha sido mal feita e os germes que surgiram e se multiplicaram, ou já estavam no caldo ou no recipiente mal fervido – sua descoberta permitiu o desenvolvimento de técnicas de preservação de alimentos. Depois deste italiano a humanidade foi abandonando a velha idéia de que a vida surgia da matéria inorgânica – uma vida sempre provinha de outra vida – e ainda assim não se havia chegado à inteira verdade sobre os organismos vivos. Este conceito que foi tão do agrado dos religiosos criacionistas foi posta em dúvida um século depois: a vida na Terra surgiu da matéria sem vida.
Mas tarde ele resolveu descobrir como é que os morcegos se orientavam no escuro, primeiro cegando o animal e verificando que eles ainda conseguiam voar dentro de um aposento desviando-se de linhas que ele havia esticado no aposento; depois tapando seus ouvidos tirou a orientação deles, mas criou outro problema: como é que estes animais “viam” com os ouvidos? A capacidade do sonar que o ser humano aprendeu a usar só foi perfeitamente entendida um século depois.
Spalanzani foi o primeiro cientista a provar, em 1785, uma coisa que os seres humanos já desconfiavam há muito tempo: a fertilização feminina é feita pelo esperma masculino. Descobriu isto realizando a primeira inseminação artificial de que se tem notícia, numa cadela.
html.rincondelvago.com/cazadores-de-microbios_lazzaro-spallanzani_1.html